sábado, 24 de agosto de 2019

NO TEMPO DE GETÚLIO VARGAS


“O rosário de Padre Olimpo”
Do livro "O Feiticeiro de São Borja",

de Osvaldo Orico - 1976

O Padre Olímpio de Melo, que, felizmente para seus correligionários e amigos entrou na casa dos noventa, foi Prefeito do Distrito Federal por muito tempo num dos governos de Vargas e, se já deixou de dar conselhos e penitências, gosta de contar causos de suas atividades políticas. 
Registramos este:
Inseparável da peixeira trazida de Pernambuco, onde nasceu, saía uma vez do Palácio do Catete, onde despachara com o Presidente.
Estava gripado.
Sentindo a coriza correr-lhe do nariz, enfiou a mão no bolso da batina para tirar o lenço, sem reparar que, no movimento do braço, caia sobre o tapete do salão sua faca pernambucana.
Mal deu o primeiro passo de volta, Getúlio o chamou, apontando para o objeto caído:
- Padre, olhe pro chão: caiu o seu rosário.

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