Por Fernando Brito
Num despacho cheio de ironias, o
ministro Ricardo Lewandowski disse ao presidente do Supremo, Dias Toffoli, que
“se entender” assim, suspenda a “heterodoxa liminar” com que Luiz Fux proibiu,
revogando decisão judicial, que o ex-presidente Lula fosse entrevistado.
Levandowski aponta que a “razão”
de Fux – o “elevado risco de que a divulgação de entrevista com Lula, que teve
seu registro de candidatura indeferido, cause desinformação” durante o processo
eleitoral – já deixou de existir.
“Ou seja, a fundamentação
utilizada para o reconhecimento do fumus bonis juris e do periculum in mora foi
esvaziada após a realização da Eleição/2018, pela qual o povo brasileiro já
conhece o futuro Presidente da República. Portanto, não há mais o suposto risco
de interferência no pleito, pelo que cumpre restaurar, sem mais delongas, a
ordem constitucional e o regime democrático que prestigia a liberdade de
expressão e de imprensa”
Foi, talvez, a mais descarada
censura e manipulação já praticadas no Brasil – e só assim, mesmo, para anões
como Tofolli e Fux se inscreverem como “maiores” na história do Supremo. Alegar
que um ex-presidente falar pode ser uma interferência ilegítima numa disputa
eleitoral é destas coisas que superam a jabuticaba como originalidade nacional.
Mas aconteceu, e é reflexo não só
do ódio que devotam a Lula como, também, do sentimento autoritário que têm de
que podem e devem tutelar o povo brasileiro.
Nunca antes na história deste
país que já viveu as mais brutais censuras, a Justiça determinou que alguém
fosse posto obrigatoriamente em silêncio.
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