Aproveitando a comemoração do Dia da Bandeira do Brasil, o jornalista Adilson Simas relembra o surgimento da bandeira de Feira de Santana e as mudanças que ela sofreu ao longo do tempo. Confira abaixo o artigo:
NESTE DIA DA BANDEIRA – A
BANDEIRA DE FEIRA
A Bandeira de Feira surgiu do
projeto de lei que em 1966 o prefeito Joselito Amorim enviou com as devidas
justificativas para a apreciação da Câmara Municipal.
Sem maiores discussões a V
Legislatura transformou o projeto na Lei nº 507 que o prefeito sancionou em 19
de dezembro de 1966, quatro meses antes de concluir sua gestão.
A Lei, conforme publicado na
imprensa local, também foi assinada por Tancredo André dos Santos, secretário
de Finanças; José Joaquim Lopes de Brito, secretário de Viação e Obras
Públicas; Almiro Vasconcelos, secretário de Educação e Cultura; Antônio Freitas
Costa, secretário de Agricultura e por Augusto Matias, secretário de Saúde e
Assistência Social.
Coube, porém ao prefeito João
Durval, que sucedeu Amorim no comando do poder executivo, tomar as medidas
seguintes para colocar em execução a Lei que no seu Artigo 1º, além da
Bandeira, também instituiu o Brasão do Município.
O grande momento aconteceria
somente em 1968, mas precisamente em 26 de julho, dia em que se comemora
Senhora Santana, a Padroeira da Cidade.
O local escolhido para a
solenidade foi a Praça da Bandeira, com grande presença popular e inúmeras
autoridades convidadas, entre elas o Governador Luiz Viana Filho.
Naquele dia foram oficializadas 9
bandeiras, constituídas, conforme determinava a Lei, por 16 faixas nas cores
alternadas de verde e vermelho, dispostas duas a duas paralelamente no sentido
horizontal e vertical em banda e em barra, partindo de um retângulo branco
central, onde está aplicado o Brasão.
O bispo diocesano Dom Jackson
Berenguer Prado procedeu a benção das Bandeiras que foram paraninfadas por duas
personalidades da vida feirense:
João Marinho Falcão, prefeito nos
anos 50, e Dona Maria Bereniza Bahia da Silva, filha do ex-intendente
Bernardino Bahia e viúva do ex-intendente e ex-prefeito Arnold Silva.
Conforme ata lavrada pelo
jornalista Helder Alencar, assistente do prefeito, cinco das nove bandeiras
foram destinadas ao prédio da Prefeitura.
As outras, em número de quatro,
foram distribuídos com a Câmara Municipal, Fórum Filinto Bastos, Biblioteca
Municipal e Ginásio Municipal.
Especulou-se que cores foram
inspiradas no Fluminense de Feira
Sobre a escolha do verde,
vermelho e branco para a bandeira, especulou-se que assim se fez para que as cores da cidade fossem também as
cores do Fluminense que desde 1954
representava Feira de Santana no campeonato baiano de futebol
profissional.
Essa versão surgiu quando a AD
Bahia de Feira precisou trocar de nome para continuar no profissionalismo, por
exigência do presidente da FBF, Carlos Alberto de Andrade.
Criou-se o Feira Esporte Clube,
que não podendo adotar as cores da cidade, pois elas já estavam no uniforme do
Fluminense, seus dirigentes optaram pelo vermelho e amarelo contidos no símbolo
da Diocese da Cidade.
A Propósito, vale lembrar que a
mesma Lei 507 que criou a Bandeira e o Brasão de Feira também instituiu,
através do artigo 2º, a Ordem Municipal do Mérito, para laurear pessoas com
relevantes serviços prestados à cidade.
Sabe-se que apenas uma vez a
prefeitura teria recorrido ao artigo 2º daquela Lei. Segundo alguns, foi para
homenagear o jornalista Assis Chateaubriand, presidente das Emissoras e Diários
Associados e seu representante na Bahia, o também jornalista Odorico Tavares,
diretor do extinto “Diário de Notícias”, onde assinava a famosa coluna “Rosas
do Vento”.
Os dois jornalistas tiveram papel
importante na implantação do Museu Regional de Feira de Santana.
Em 2005, na mesma linha da Lei
507, mas com maior dimensão, o prefeito José Ronaldo através do Decreto nº 792
de 11 de julho, criou a Ordem Municipal do Mérito de Feira de Santana.
Assim, a partir daquele decreto o
prefeito condecora como comendadores e oficiais, personalidades com serviços
prestados a esta cidade. As primeiras condecorações aconteceram ainda naquele
ano. (Adilson Simas)
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