quarta-feira, 10 de outubro de 2018

UM JÚRI, POR VLADIMIR ARAS


Meu pai, comigo e minha irmã. Feira de Santana, 1974.


 Em seu blog

“— Compadre, quero morrer
com decência, em minha cama.
De ferro, se for possível,
e com lençóis de cambraia.
Não vês que enorme ferida
vai de meu peito à garganta?
— Trezentas rosas morenas
traz tua camisa branca.
Ressuma teu sangue e cheira
em redor de tua faixa.
No entanto eu já não sou eu,
nem a casa é minha casa.
— Que eu possa subir ao menos
até às altas varandas.
Que eu possa subir! que o possa
até às verdes varandas.”
(Fragmento de “Romance Sonâmbulo” de Federico García Lorca).

Depois de 16 anos de espera e dez horas de tensão, o 29 de novembro de 2012 foi um dia de catarse. Plenário do tribunal do júri de Petrolina, Estado de Pernambuco. Eu presente. Embora ausente, meu pai também estava ali: o sociólogo José Raimundo Aras fora a vítima.

Nenhum comentário:

Postar um comentário