Por Fernando Brito
No Brasil, segundo o IBGE, há 11,6 milhões de lares formados
por mulheres e seus filhos, sem a presença de cônjuges masculinos.
São, nas estúpidas palavras do vice de Jair Bolsonaro, as
“fábricas de desajustados”.
Não ouço estupidez semelhante desde que D. Josefina, uma
fofoqueira que morava na mesma vila que nós, no subúrbio do Lins de
Vasconcelos, dizia às vizinhas que eu e meu irmão eramos os “desencaminhadores”
da garotada por sermos os “filhos da desquitada”.
O estrago que Mourão fez na campanha de Bolsonaro, que
andava até comprando imagens fake para não parecer machista é o de um disparo
de obus.
Não adianta dizer que a “intenção era outra”, a de falar
sobre a vulnerabilidade da mulher com estas solitárias responsabilidades
familiares porque, não só não houve essa ressalva como, também, Mourão tem a
obrigação de saber que está numa chama de indisfarçada misoginia.
Até a Rachel Sheherazade, direitista até à medula e uma das
promotoras do pensamento brutal desta turma, protestou no Twitter.
“Crio dois filhos sozinha. Fui criada por minha mãe e minha
avó. Não. Não somos criminosas.”
O General depois não reclame quando uma mulher o puser para
correr.
Como as mulheres, felizmente, vão por para correr o seu
chefe.
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