Por Fernando Brito
Confesso que só fui ler a carta-apelo de Fernando Henrique
Cardoso, onde ele pede uma união contra os candidatos “extremistas” porque os
comentaristas do blog pediram que eu a comentasse.
Fui ler, obrigado, porque o pretenso “pai da pátria” que FHC
se arvora ser é um conto da carochinha que, por isso mesmo, só tem repercussão
na opinião pública pelo retrato inapelável
de decadência que reflete.
Não há ali nada que se aproveite.
Tudo ali é como ele: opaco, vago na forma e covarde no
conteúdo.
Não, não é o velho presidente fazendo um apelo antifascista.
É o velho canalha enfiando no mesmo saco do extremismo de
Jair Bolsonaro um candidato como Fernando Haddad, que ele sabe estar a anos-luz
disso, e que, segundo ele, “representa
um líder preso por acusações de corrupção”.
Ele tem dúzias destas e nenhuma foi avante porque, ao
contrário do que faz, não foi vítima de perseguição política.
Vagabundo, desavergonhado, lixo humano que não envelheceu:
apodreceu.
Já tenho idade suficiente para saber o que é envelhecer com
dignidade. É ser tolerante com tudo que é tolerável e intolerante com o que é
intolerável.
Um homem que viveu o regime de 64, que viu amigos exilados,
mortos, torturados pela ditadura que Bolsonaro endeusa e não tem coragem sequer
pelos seus mortos, de gritar “ele não”?
Um homem que ajudou a levar ao poder o lixo do “é o que
temos” em lugar de uma mulher que, gentil, relevou o que ele fez em homenagem
aos, então, seus provectos 80 anos?
FHC não é capaz
sequer de, ainda que em homenagem a sua história remota, lançar um chamado à
união contra o fascismo.
Quer limpar a barra de seu golpismo e do golpismo do PSDB,
que nos atirou neste caos.
Está, apenas, puxando a brasa para si. Que arda nela!
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