Por Fernando Brito
Todos se lembram que, um mês e meio atrás, os pretensiosos
“checadores de notícia” disseram que era “falsa” a informação de que o Papa
Francisco teria enviado um terço para o ex-presidente Lula, preso na Polícia
Federal.
Não era falsa e o próprio Vaticano fez uma corrigenda ao
responsável pelo seu serviço de notícias em português, mas mesmo assim
insistiram e nunca pediram desculpas públicas por terem levado, até, o Facebook
a bloquear uma publicação do jornalista Renato Rovai.
Agora, Francisco foi além disso e enviou um manuscrito a
Lula, por intermédio do ex-chanceler Celso Amorim, que o visitou ontem, aliás
na folha de rosto de outro exemplar do livro que recebeu: “Lula – A verdade
vencerá”.
Recebeu-o numa visita pessoal, porque o Papa tem, mais que
ninguém, consciência das liturgias do cargo e o Brassil tem uma representaão
diplomática que se relaciona com o Francisco que é chefe de Estado, no
Vaticano.
O significado do gesto, porém, é inequívoco, evidente.
“A Luiz Inácio Lula da Silva com a minha bênção, pedindo-lhe
para orar por mim, Francisco”, diz o texto, que inteligentemente registrou a
recíproca do que desejava dizer.
Aliás, Francisco maneja muito bem as entrelinhas do que
comunica. A duração do encontro – uma hora – e permitir-se fotografar segurando
o livro foram atitudes com significado, não acasos.
Infelizmente, a grande mídia brasileira – exceção à Folha,
que registrou o encontro – preferiu jogar o fato na sombra do silêncio.
Perto dela, os guris do MBL são aprendizes de “fake news”.
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