O rosário de padre Olímpio
O Padre Olímpio de Melo, que, felizmente para seus
correligionários e amigos entrou na casa dos noventa, foi Prefeito do Distrito
Federal por muito tempo num dos governos de Vargas e, se já deixou de dar
conselhos e penitências, gosta de contar causos de suas atividades políticas.
Registramos este:
Com a inseparável peixeira trazida de Pernambuco, onde
nasceu, saía uma vez do Palácio do Catete, onde despachara com o Presidente.
Estava gripado. Sentindo a coriza correr-lhe do nariz,
enfiou a mão no bolso da batina para tirar o lenço, sem reparar que, no
movimento do braço, caia sobre o tapete do salão sua faca pernambucana.
Mal deu o primeiro passo de volta, Getúlio o chamou,
apontando para o objeto caído:
- Padre, olhe pro chão: caiu o seu rosário.
(Do livro "O Feiticeiro de São Borja", de Osvaldo
Orico – 1976)
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