Por Fernando Brito
Começa amanhã o prazo para as convenções partidárias, que
escolherão candidatos e aprovarão alianças nas eleições presidenciais e nas
estaduais.
E a máquina, afinal, começou a se mover, esmagando os sonhos
de noites de verão que, até agora, dominavam o cenário eleitoral.
Jair Bolsonaro foi emparedado nos seus dez segundos diários
de propaganda televisiva.
Marina Silva ainda menos, seis ou sete.
Ciro Gomes, em algo em torno de um minuto, ou menos.
Geraldo Alckmin pode chegar a mais de oito, se obtiver, como
parece, o apoio em bloco do “centrão”, para desfilar sua sensaboria.
Só falta mesmo o depoimento de Fernando Henrique dizendo: “é
o que temos”.
Henrique Meirelles também terá um imenso latifúndio de
tempo, considerando o seu parco conteúdo. Terá de esconder Michel Temer durante
quase três minutos.
Em outros iguais três minutos, a Justiça tentará obrigar que
Lula não apareça no tempo do PT.
O que só se fará mediante um estupro legal, pois não há
prazo para impugná-lo antes que comece a propaganda eleitoral.
Nem para, depois de feito o “voticídio” do ex-presidente,
para que se veicule a sua imagem e voz orientando o voto de quem o apóia.
Até porque, ato contínuo ao seu pedido de registro, deverá
ser pedida uma medida cautelar para permitir que grave sua participação no
horário eleitoral que, tecnicamente, não tem como ser negada.
Convenhamos, Lula falando direto de sua cela na Polícia
Federal tem tudo para ser um “campeão de audiência”.
Estes caras se meteram numa aventura absolutamente louca.
Acham que, na “marra” e nos tribunais podem forjar um quadro
eleitoral dissociado da realidade.
Baixou-lhes o espírito do grego Eurípedes, com seu Deus
Ex-Machina, que surge milagrosamente do nada.
E o nada, aqui, é a televisão.
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