Por Fernando Brito
O juiz Sérgio Bolsomoro resolveu restringir ao máximo as
visitas e a comunicação de Lula com o mundo exterior.
Uma visita por semana, e olhe lá.
Menos não poderia dar, porque assim o impedem a Lei das
Execuções Penais, que impede a privação de visitas – inclusive de amigos – e as
chamadas “Regras de Mandela”, um documento da ONU que define direitos mínimos
dos que estão presos.
Também deve estar lamentando que não possa impedir que Lula
receba ou envie correspondência.
Hoje, ao que parece, será impedida a visita de governadores
de Estado ao ex-presidente.
Logo, Lula começará a escrever suas cartas da prisão.
O juiz está tão possuído da sua condição de herói que não se
vexa de fazer a apologia de vazamentos criminosos havidos durante os processos
da Lava Jato e de reconhecer o papel da mídia nos seus julgamentos, como se lê
hoje no Estadão:
O juiz federal avaliou ainda que os vazamentos de informação
tiveram um “efeito colateral” positivo, porque colocaram a opinião pública a
favor da Lava Jato. Ele considerou que esse apoio da sociedade foi importante
para barrar “tentativas de obstrução da Justiça”. Moro não deu detalhes sobre o
que considerou como tentativas de obstrução, mas mencionou as propostas de
criação de “leis especiais” e “ações nos bastidores”. Para ele, a imprensa tem
sido ‘favorável aos trabalhos realizados’.
Vestiu a pele do “justiceiro” tal como a veste o seu correspondente
eleitoral.
Bolsomoro vai criando, assim, animosidades e repulsa
crescente por seus atos persecutórios, avançando inclusive em questões que, em
tese, afetas à juíza que supervisionará a execução antecipada (e inconstitucional) da pena.
Moro, na sua versão Bolso, prendeu o Supremo Tribunal
Federal, mas é prisioneiro de Lula.
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