Por Fernando Brito
Começou ontem a “janela partidária”, mais um casuísmo destes
que os parlamentares costumam inventar, em causa própria, para burlar as regras
da fidelidade partidária e serem “donos” (e mercadores) do mandato que foi
obtido através dos partidos, uma vez que apenas 7% dos deputados foram eleitos
com menos votos que o quociente eleitoral e, portanto, pelas legendas às quais
se filiaram.
Não é preciso dizer a ninguém quais serão as bússolas das
mudanças de partido que começarão a ocorrer: o medo da rejeição eleitoral,
sobretudo no MDB, que carrega o fantasma de Michel Temer; a atração por ser “o
deputado do Bolsonaro” – oportunidade aberta a qualquer um para um candidato
que vai se filiar a um partido sem parlamentares – e, finalmente, a compra e
venda de favores do governo.
Tudo isso será muito agravado pelo cenário de terra arrasada
que o Judiciário fez sobre a representação política no Brasil, do contrário
teríamos um núcleo polarizado pela candidatura Lula e outro por aquele que se
fizesse o papel de candidato tucano, fosse quem fosse. O Governo Temer e Jair
Bolsonaro morreriam à míngua, um como “pato manco”, no governo mas sem poder, e
outro como “cão feroz”, prisioneiro do cercadinho do ódio.
Agora, não.
Alguns acham que o espaço está aberto para quem seria, de
outra forma, apenas coadjuvante.
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