Por Fernando Brito
A Folha publica a declaração da assessoria do presidente Tribunal Regional Federal da 4ª
Região, Carlos Eduardo Thompson Flores, defendendo a sua chefe de gabinete,
Daniela Tagliari Kreling Lau, que promove campanha pela condenação de Lula nas
redes sociais.
A D. Daniela tem o direito de achar o que quiser, embora
seja difícil supor que o doutor Flores fosse ser assim tão indulgente se ela
defendesse o ex-presidente, não é.
O caso não é de liberdade de expressão. É, nitidamente, de
falta de decoro. Se alguém exerce uma função pública – e mais ainda,
comissionada – no Judiciário, é óbvio que tem de se abster de manifestações
sobre processos pendentes de julgamento, ainda mais na seção judiciária em que
atua. O comportamento, moral e
eticamente condenável, porém, é resultado da porteira que seu chefe, o Dr.
Flores, abriu ao se manifestar publicamente sobre o que chamou de “sentença
tecnicamente perfeita” de Sérgio Moro contra Lula.
D. Daniela, portanto, atola-se no pântano do indecoroso
seguindo as pegadas do chefe neste lodaçal que horrorizaria qualquer juiz há 10
anos atrás, apenas.
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