Por Luiz Nassif
Na grande crise da NET, no
início dos anos 2.000, um dia baixa no Banco do Brasil o primogênito de Roberto
Marinho, João Roberto Marinho. A NET tinha sido vítima dos cabeças de
planilhas. Contrataram jovens financistas de mercado, que montaram um PowerPoint
com projeções de venda, apontando para um cenário de 6 milhões de assinantes em
pouco tempo. Com base na planilha, colocaram bonds no exterior.
A estrutura foi montada para
tanto, mas não conseguiram passar de 1,5 milhão, pois o ponto de equilíbrio foi
calculado em 3,5 milhões.
A Globo contratou então o
ex-presidente da Petrobras, Philippe Reichstull para tentar colocar a NET em
pé.
Foi uma conversa complicada,
com Fernando Henrique Cardoso telefonando várias vezes para a diretoria,
pressionando por uma solução. Mas o efeito Lula havia provocado uma disparada
no dólar, deixando a empresa pela hora da morte.
Nas conversas com o BB, João
Roberto fez o desabafo definitivo:
- Nosso maior erro foi ter
feito endividamento em dólares. Nós não temos a menor condição de pressionar
Margareth Thatcher e Bush.
No caso da CBF e da compra
dos direitos da Copa Brasil, fizeram tudo direito: copa brasileira, dirigentes
brasileiras, corrupção brasileira, Ministério Público brasileiro, Judiciário
brasileiro. Como iam prever que a sociedade de Ricardo Teixeira com um
espanhol, e a circulação da propina em dólares, traria para o jogo o MP
espanhol, o suiço e o FBI? São as agruras desses tempos de globalização.
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