Ao longe, perdido
Já escuto o bramido
Do mostro que berra.
É o mar que balança
E rolando, se lança
No peito da terra,
É o mar dos segredos
Profundos... Rochedos
Furando as esteiras
De brancas espumas
Imersos nas brumas
Buscando as estrelas
É o mar das gaivotas
Deixando nas rotas
Dourados lençóis.
São aves gigantes
Que vão ofegantes
Beijar outros sóis
É o mar das sereias
Volvendo as areias
Febris a cantar
Saudosas cantigas
Eternas, antigas
Ao fresco luar
É o mar da saudade
Que o peito me invade
E me faz delirar
E no riso e nos prantos
Tem sempre os encantos
Singelos do mar...
(Agnaldo Marques, professor e poeta falecido em 2015)
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