Por Sergio Saraiva
O pé tem a ver com o pontapé e com o balé.
A mão tem a ver com o afago e com a agressão.
A boca tem a ver com o beijo e com o vitupério.
Assim como a saliva tem a ver com o gosto e com o escarro.
E o riso com o gozo e com o escárnio.
Ambos a se opor. Não há como ser um, se o outro for.
Razão direita e relação causal. Para o bem e para o mal.
Mas afinal, o que a Justiça tem a ver com a justiça?
A Igreja tem a ver com a fé? A métrica tem a ver com a
poesia?
O rito tem a ver com o ato? Estelionato.
Quando não a sua negação, quanto têm de simulação?
A forma que deforma o sentido e oculta interesses
inconfessados.
A farsa como o disfarce que autoriza a mentira socialmente
consentida.
Quando não o seu oposto dissimulado pela capa do
ilusionista?
O exercício do poder hipócrita na lei escrita. Lei que é
para todos?
Palavras homógrafas, mas cognatos enganosos.
PS: Oficina de Concertos Gerais e Poesia - by appointment to her Majesty: “mesmo
miseráveis os poetas, os seus versos serão bons”.
Nenhum comentário:
Postar um comentário