sábado, 23 de dezembro de 2017

LULA, A CAÇA E OS CAÇAS

Por Mauro Santayana
Um juiz de Brasília marcou para o dia 20 de fevereiro do ano que vem o interrogatório do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva no processo em que o petista é réu na Operação Zelotes – no caso do desenvolvimento conjunto com a Suécia dos novos caças-bombardeios Gripen NG-BR – por tráfico de influência, lavagem de dinheiro e "organização criminosa".
A acusação é absurda por várias razões.
A primeira, porque se dependesse de Lula, a escolha recairia sobre os caças franceses Rafale, cuja compra ele chegou a sinalizar logo após a visita do presidente francês Nicolas Sarkozy, em 2009, em troca, entre outras coisas, da aquisição de 12 aeronaves Embraer de transporte militar KC-390 pela França.
A segunda é que a decisão foi técnica – e nela os franceses foram derrotados – e esteve a cargo de uma numerosa comissão de funcionários de carreira da Força Aérea, como já afirmaram, judicialmente, o atual e o então ministro da Aeronaútica, brigadeiros Nivaldo Luiz Rosseto e Juniti Saito, em depoimento.
A terceira, é que a decisão em favor dos caças Grippen não foi tomada em seu governo, mas sim no governo Dilma Roussef, em 2013, depois que Lula já tinha deixado a Presidência da República.
Então, o que está por trás desse processo?

A vontade de aparecer, que garante a quem processa Lula, com rapidez e brilho – mesmo que fugaz – seus cinco minutos de fama?

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