quarta-feira, 8 de novembro de 2017

O REI DA BRINCADEIRA E O REI DA CONFUSÃO

Por Fernando Brito
Na clássica canção de Gilberto Gil, Domingo no Parque, o rei da brincadeira é José e o rei da confusão, é João.

Mas isso era na Bahia.  Em São Paulo , o José (Serra)  e o João (Doria) trocaram de papéis.

O auto-lançamento da candidatura do José ao Governo de São Paulo é para criar uma baita confusão para o João.

Tira dele a saída de disputar, “a pedido de Geraldo Alckmin”, o Governo do Estado, uma saída honrosa para o fim de seu projeto presidencial sem desmoralizar-se.

Fica a alternativa de ser o vice de Alckmin, o que este não quer, claro, por toda a traição e também pelo que seria um golpe quase fatal em qualquer possibilidade de alianças.

Resta ficar na prefeitura de São Paulo e arriscar-se a um mandato que vai lembrar Celso Pitta, o afilhado renegado por Paulo Maluf.

José integrou o governo Michel Temer, por quem o João morre de paixão, mas saiu alegando “dores na coluna”, talvez por sentir o peso que este se tornara. Curiosamente, sua saúde melhorou fora do Ministério, ao ponto de agora empertigar-se em candidato. Não ataca o ex-patrão, mas a defesa que faz dele é na base do “não tem outro jeito senão aguentar”.

O João, rei da brincadeira, assanhou-se a ser candidato a Presidente. Foi se afastando de seu criador e- justo quem não devia nada ao presidente de ocasião – foi se achegando, se achegando e hoje é o Aécio que não precisa se esconder no esquema de Temer no PSDB.

Na música do Gil, todos sabem, a história termina em facada e sangue.


E num corpo caído, e é João.

Nenhum comentário:

Postar um comentário