sexta-feira, 10 de novembro de 2017

CRIMINALIZAÇÃO TOTAL DO ABORTO: O RETROCESSO TEM PRESSA

Por Tereza Cruvinel

Que sofrimento maior pode ser imposto a uma mulher do que o de ter um filho que é fruto da violência sofrida? Como equilibrar-se entre o amor de mãe e o ódio inevitável ao pai estuprador? Como esquecer para sempre a lembrança da agressão para que ela não tisne a relação com o filho inocente? Os legisladores de 1940 compreenderam isso, e superando a herança colonial, inscreveram no código penal que o aborto não seria crime em casos de estupro e risco para a gestante.
Agora, 77 anos depois, 18 parlamentares, contra o voto de uma só deputada mulher (pois nós, mulheres, ocupamos apenas 10% dos lugares no Congresso, sendo maioria da população e do eleitorado), a deputada Érika Kokay (PT-DF), aprovaram a criminalização do aborto em todos os casos. Inclusive no de fetos anencéfalos, exceção acrescentada pelo STF em 2012.

Nenhum comentário:

Postar um comentário