Por Fernando Brito
Comento, com mais calma, o episódio do depoimento de Antonio
Palocci a Sérgio Moro, pois trabalhei
precariamente entre a tarde de ontem e agora, em função de uma participação num
debate sobre jornalismo econômico no Congresso do Conselho de Economistas do
Brasil, em Belo Horizonte,ao lado de
Luís Nassif ( GGN), Ricardo Conceição (editor da revista Conjuntura Econômica,
da FGV) e João Borges ( da Globonews) que, brevemente, publicarei aqui.
Tenho um “defeito” antigo de observar, além do “o que se
diz” o “como se diz”, é é justamente aí que a “bomba” de Palocci perde a força.
Embora lhe tenha dado as manchetes, até a imprensa
conservadora manteve um “pé atrás” com as supostas revelações do ex-ministro.
As frases de efeito –
como a do “pacto de sangue” – e os ronronados para Sérgio Moro, a quem oferecia
mais do que lhe era pedido nas perguntas deixavam claro que ali estava um gato,
disposto a arquear o dorso ao novo dono e a cravar as garras no velho amigo.
Em nada lembrou o comportamento constrangido que teve na
história do caseiro Francenildo ou na sua demissão do governo Dilma, quando não
foi capaz de justificar suas rendas pessoais, alegando “cláusulas de
confidencialidade” nos negócios que teve com empresas.
Ali, era um Palocci contido, constrangido, escorregando em
evasivas, nem um pouco com o este, assertivo, afirmativo e… sem provas.
Como disse antes, o Palocci sabujo foi inconvincente até
para a direita e pode ter fracassado no
seu evidente objetivo de, somado às iniciativas do igualmente desmoralizado
Janot, levar um Lula alquebrado para seu segundo confronto com Sérgio Moro,
daqui a três dias, em seu depoimento.
É aposta errônea, pois não o levaram ao desespero e , ainda
que o consigam, a história mostra que o
sacrifício pode acabar sendo vitória.
Creio que seguem o mesmo padrão de erro e nele se
aprofundam.
Andam à procura de um Judas, sem saber que também com um Judas se faz um Cristo.
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