Por Luis Nassif
A crise política entra em um momento crítico, submetido a
uma ampla entropia.
O único fio condutor da aliança – o antipetismo –
esfumaçou-se. A facilidade de atribuir todos os males do país à Presidência
volta-se contra o golpe. E o fato da Globo pular do barco Temer e tentar
comandar o próximo barco tornam ela – e o MPF – daqui por diante, os únicos
responsáveis por tudo de mal que acontecer no país.
Sem o fator de coesão, o golpe tornou-se um vale-tudo. De um
lado, Temer mantem aliados comprados a peso de ouro – deputados, com cargos e
emendas; imprensa, com verbas publicitárias. Mas esse jogo de interesses vale
apenas até o momento em que cair a ficha de que o governo não tem mais futuro.
E se está muito perto desse momento.
Com essa investida sobre Temer, sem a blindagem do
antipetismo, a Globo definitivamente virou o fio. Ela e o MPF se tornam –
agora, aos olhos de todos – os grandes agentes de desestabilização do país.
Essa pode ser a grande contribuição dela, de se tornar o
fator de aglutinação do que resta de bom senso no quadro político atual. E,
tudo isso, poderá desembocar em eleições diretas-já.
Vamos entender um pouco melhor os desdobramentos do golpe.
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