Por Fernando Britto
Competente análise do jornalista Luís Costa Pinto, agora
cedo no Poder360, resume a ópera (bufa?) em que está metido o findante – ou já
finado, na prática – governo Michel Temer. Uma sequência perfeita de como se
exerce o poder no Brasil e de como se perdem as condições de exercê-lo.
Não é novo, mas segue sendo trágico.
A síntese óbvia, clara, cristalina do que temos hoje é a
persistência de um governo que respira por aparelhos, não possui instrumentos
cirúrgicos capazes de lhe devolver vitalidade e dispensou a equipe médica que
lhe dava esperanças: a Globo e seu arsenal historicamente competente usado para
construir e para assassinar reputações. Para revogar e para revigorar agendas.
Para criar climas e anticlimas.
Sem a Globo chancelando os áulicos palacianos, o mercado
financeiro passa a tratá-los com desprezo despudorado também. Afinal, para os operadores, não há governo
bom ou ruim. Há, sim, governo útil ou inútil. O atual já não lhes é mais útil.
Por conseguinte…
Por fim, sem a Globo e sem a chancela do mercado, do
establishment financeiro, por que uma maioria parlamentar imolaria suas
biografias (em alguns casos, prontuários) na defesa de uma agenda capaz de
pulverizar-lhes votos e angariar-lhes ódio popular?
O artigo de Costa Pinto, imperdível, está aqui.
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