Por Fernando Brito
Depois de cortar o investimento na faixa do Minha Casa,
Minha Vida destinada aos setores mais pobres da população – a chamada “Faixa
1”, para famílias com renda mensal de até R$ 1,8 mil, onde só foram contratadas
unidades equivalentes a 1,1% da meta de
170 mil contratações no ano – o Governo Temer cortou boa parte do financiamento
imobiliário também para a classe média.
Na Folha, com informações da Reuters, vem a informação de
que o governo cortou os financiamentos
imobiliários com recursos do Fundo de Garantia por Tempo de Serviço, a
linha pró-cotista, a linha de crédito com menores taxas depois do “Minha Casa”.
Por que? Falta de recursos no FGTS para conceder
empréstimos:
“Os recursos disponíveis da modalidade atualmente são
suficientes apenas para atender as propostas de financiamento já recebidas pelo
banco”, afirmou o banco em nota.
A Caixa nega o que todo mundo sabe: com a liberação
indiscriminada do FGTS, as reservas do Fundo para financiar imóveis
despareceram.
É por isso que sumiram os lançamentos de imóveis que não
sejam de alto padrão, como se mostrou aqui há dias.
Em consequência, piora ainda mais a situação do mercado de
trabalho da construção civil.
Ficamos assim: o sujeito tira R$ 500 do FGTS, entrega para o
agiota da financeira onde pegou um empréstimo para comprar algo e o FGTS não
financia a obra onde ele iria trabalhar ganhando o triplo.
E a classe média, que bateu panelas contra esta história de
casa para os pobres, que vá ao Itaú, pagar 12 ou 13% de juros, em lugar dos 8%
ao ano que a Caixa cobrava nesta linha.
Genial!
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