Pouco escapa do olhar feminino, mais atento ao “clima” que
nós, homens, que andamos mais perto daquilo que Nélson Rodrigues chamou de
“idiotas da objetividade”.
Duas repórteres – Maria Cristina Fernandes(MCF) , no Valor,
e Monica Bergamo(MB), na Folha– acompanharam a festança da burguesia paulistana
em homenagem a seu novo herói, João Dória Junior, a pretexto de comemorar o
novo casamento de Luiz Carlos Trabuco, algo tão íntimo que reuniu mais de 300
convidados, muitos dos quais, conta Monica, “ainda nem sabiam que eles estavam
juntos”.
O clima deste puro amor foi tão contagiante que a dona da
casa, relata Maria Cristina, recebeu o prefeito João Dória – não se vestia de
gari, claro, mas meticulosamente “casual”, juvenil, sem o paletó ou o blazer
dos demais – chamando-o de “a esperança do Brasil”.
Teve, porém, de conter o entusiasmo, como tiveram de
contê-lo os que lhe dirigiam “os gritos de ‘presidente’ de diferentes lugares
da plateia” (MCF).
“Bem que nós queríamos, mas o Geraldo [Alckmin, governador
de São Paulo] vem”, dizia uma das pessoas no jantar sobre a possibilidade de
alguns dos convidados, próximos do prefeito, lançarem naquela noite o nome de
Doria para a Presidência da República em 2018.(MB).
A anfitriã, porém, não se furtou a enche-lo de elogios ao
microfone. Lucília, irmã do empresário
Abílio Diniz, chamou o falso menino, que já beira os 60, como uma tardia “maior
promessa de renovação da política nacional.”
A “saia-justa” não tirou o rebolado de Dória, acostumado às
artes de showman. Rápido como um raio, tirou os sapatos, subiu num rico
banquinho e fez sua profissão de fé ao padrinho, “o maior nome da política
nacional”.
“Não sou candidato a nada. Meu candidato à Presidência é
Geraldo Alckmin. Aprendi com meu pai a ser [frisando as sílabas] le-al.
Lealdade não vai me faltar nunca.” E derramou-se em elogios, chamando o
governador de “mestre” e “professor”. Alckmin, ao lado, sorria. (MB).
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