segunda-feira, 6 de fevereiro de 2017

AS PERIPÉCIAS DE AÉCIO NEVES NO PROPINODUTO DA CIDADE ADMINISTRATIVA

Por João Filho

IMAGINE QUE UM SIMPLES comerciante do interior de Minas Gerais tenha sido preso por participar de um esquema de vendas de habeas corpus para traficantes de drogas em conluio com um desembargador.

Imagine que este comerciante seja primo de um político responsável pela nomeação do desembargador que mais tarde se tornaria seu comparsa no esquema.

Agora, imagine que o comerciante e o desembargador tenham sido presos e que o Fantástico tenha feito uma excelente reportagem de quase 12 minutos sobre o assunto, mas não citou que o político em questão levava o nome de Aécio Neves (PSDB/MG).

Não precisa imaginar mais nada. Tudo isso aconteceu entre 2011 e 2012. A possibilidade bastante factível de as digitais de Aécio estarem presentes no esquema nunca foi sequer cogitada pela polícia ou pela imprensa. Com todo esse carinho e proteção, o mineiro despontou na corrida presidencial de 2014 com um duro discurso contra a corrupção e, poucos meses depois, lideraria a oposição no processo que derrubou a presidenta eleita.


Essa é uma história real que pouquíssimos brasileiros conhecem. Por outro lado, muitíssimos têm certeza de que um dos filhos de Lula é proprietário da Friboi – um boato que ganhou tanta força que quem ousar contestá-lo corre o risco de ser ridicularizado.


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