Por Wilson Ferreira
Depois de entrar em metástase e, a partir das “hardnews” dos
telejornais, contaminar o jornalismo esportivo, teledramaturgia e
entretenimento, encontramos uma das origens da doença do tautismo (autismo +
tautologia) da TV Globo: o método fonoaudiológico responsável há décadas pela
fala dos atores, repórteres, radialistas e âncoras da emissora. É o chamado
“Método do Espaço Direcional” cujas estratégias vocais reforçam subliminarmente
a descrição que a Globo faz de si mesma - a crença de um destino manifesto que
na fase metastática atual assume um delirante messianismo religioso: tons de
voz graves, ressonância e ritmo da fala cada vez mais lúgubres e patibulares
dos âncoras como se a Globo testemunhasse algo que já foi profeticamente
gravado a ferro e fogo nas pedras da História desde tempos imemoriais: “Vejam, já estava escrito!”. Cânone do
“Método”, é sintomático que Cid Moreira tenha virado um apóstolo bíblico que
decidiu levar o Evangelho “até os últimos dias”. Afinal, esse é o subtexto
diário das inflexões de voz dos apresentadores globais que procuram conformar
os telespectadores ao atual “capitalismo de desastre” implantado no País.
Nenhum comentário:
Postar um comentário