Por Fernando Brito
É impressionante a capacidade de Michel Temer de se meter em
uma crise por dia.
Vá lá, concedo, pode ser que não haja outra no final de
semana, embora no passado ele tenha passado pelo desgaste “Dadá Maravilha” –
fiz que ia, não fui, acabei fondo” – com a história do não ir ao velório das
vítimas do desastre do avião da Chapecoense.
Mas quando tudo parecia encaminhado, com o arreglo do
Supremo Tribunal Federal à permanência de Renan Calheiros na presidência do
Senado, ao menos até a votação da PEC dos Cortes, que caminha como um bólido, eis que surge
outro embrulho.
A arraia-miúda do Centrão, os viúvos de Cunha, não aceitam a
entrega do Governo á dupla Aécio-FHC e peitaram um presidente da República que,
como já se disse aqui mais cedo, não tem forças próprias, mas apenas exércitos
mercenários de diversas naturezas.
E Temer, como sempre, tremeu na sua própria falta de
solidez, que deriva, claro, de sua ilegitimidade.
Está convencido de que pode “cozinhar” o descontentamento.
Talvez se esqueça de que há outro descontentamento que cozinha em outras panelas: o de seu
próprio desgaste.
A situação de Temer, que é ruim hoje, será pior amanha e
pior ainda quando 2017 começar a funcionar sem recuperação da economia.
E quando ele, que era, para a mídia e para o setor
empresarial-financeiro, a esperança de um recuperação rápida passar a ser
sinônimo de uma desgraça prolongada.
Quanto mais ficar claro que Temer é a própria crise.
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