Moreira de Pinho era o “guarda
livros” – hoje Ciências Contábeis, da firma Cerqueira, Irmão & Companhia
Limitada, na mesma Praça da Bandeira onde eu trabalhei com Gilberto e Milton
Costa, pai e filho, grande nomes da Feira de ontem.
Tive o prazer de conhecer Moreira
de Pinho, que na labuta não dispensava dois lápis, um deles de reserva guardado
na orelha.
Não fazia propaganda, mas era um
grande poeta. Sua poesia estava sempre estampada na veneranda Folha do Norte,
que em abril de 1951 brindou os leitores com esta obra de Moreira de Pinho, que
hoje é nome de rua no Jardim Acácia:
É a partida um paradoxo, que
jamais a gente explica:
- Quem fica, fica saudoso, quem
parte, esquece quem fica.
Mas muita vez na partida, o caso
muda entre os dois:
- Quem parte, leva saudade, quem
fica esquece depois.
Outra vez, por um capricho, que o
destino se distrai,
quando alguém vai para longe, a
saudade fica e vai.
É a partida um paradoxo, que
jamais a gente explica:
- Quando se finge saudade, saudade
não vai, nem fica.
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