J. Carlos de Assis
Não há quem, no Brasil e no mundo, não tenha se emocionado
com a tragédia que vitimou na Colômbia o time de Chapecó. Teve todos os
elementos para isso: um time pequeno, mas já vitorioso, desaparece de um golpe;
um símbolo da garra no esporte perde numa luta desigual com a morte; uma equipe
constituída principalmente de jovens desaparece. Tudo isso colaborou para a
emoção que sacudiu o Brasil, a Colômbia e o mundo. Mas justifica-se tornar tudo
isso uma presa da mídia espetaculosa?
Pensei muito a respeito e cheguei a conclusão que sim, vale
a pena. Por um momento, no meio da
cobertura massacrante e interesseira da Globo, foi possível vislumbrar a
extrema capacidade do povo, daqui e lá de fora, de adotar gestos de solidariedade,
fraternidade e amor mesmo entre diferentes. Esse desastre, de certa forma, foi uma metáfora do destino que
a sociedade brasileira pode ter no momento histórico peculiar que está vivendo.
Somos, hoje, a imagem da discórdia e da ambição. A morte trágica dos
chapecoenses lembra o imperativo de um caminho alternativo.
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