Por Fernando Brito
Não se procure causas ideológicas na derrota do Governo em
aprovar o pedido de urgência para a votação do projeto que concede moratória
para a dívida dos estados.
A “causa” é outra: o “também quero” que costumar se seguir à
concessão de benesses.
Os governadores do Nordeste, que vinham pedindo R$ 8 bilhões
como compensação à semelhança dos R$ 3 bilhões concedidos ao Rio de Janeiro,
não por acaso, hoje subiram a “pedida” para R$ 14 bi.
Os municípios pretendem, senão todo, pelo menos o alívio
parcial dos custos de seu endividamento com a União.
E não têm, mesmo, de onde tirar, porque a queda na
arrecadação reduz os repasses federais – em maio passado, comparado a maio de
2015, as transferências a Estados e Municípios têm uma queda real de 15,2%.
E as prefeituras perdem de novo, porque a queda nas
transferências estaduais – basicamente o ICMS – caem na mesma proporção.
Faltando 4 meses para eleição, imaginem a situação dos
prefeitos e, lógico, a dos deputados que vão depender, em dois anos, das “bases
municipais”…
E como Temer abriu – e precisa abrir – o saco de bondades para garantir o
impeachment, a hora é essa…
Claro que, semana que vem ou na outra, a urgência vai ser
aprovada, até porque a moratória da dívida precisa fazer efeito imediato nas
combalidas finanças dos Estados.
Mas vai custar alguns bilhões mais cara.
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