terça-feira, 8 de dezembro de 2015

REDE DA DIGNIDADE CONTRA O GOLPE E A VIGARICE

O governo, emparedado pela lógica conservadora, paradoxalmente, passou a ter escolhas. Como disse a própria Dilma, 'não era mais possível viver chantageada'

Por: Saul Leblon

A história apertou o passo e quando sacode a poeira ela derrama transparência por onde passa.

A retaliação de Eduardo Cunha contra o governo e contra o PT guarda semelhanças com uma cena recorrente da crônica policial.

Enredado em evidências grotescas de ilícitos e falcatruas, o presidente da Câmara sacou um processo de impeachment contra a Presidenta Dilma, depois que o PT – graças à corajosa decisão de seu presidente, Rui Falcão, determinou que o partido não acobertasse o delinqüente no Conselho de Ética.

Cunha age como o sequestrador que saca o revólver e o coloca na cabeça do refém, exigindo salvo conduto para si e para o malote de dinheiro.

Eduardo Cunha aposta que os comparsas do lado de fora lhe darão cobertura na fuga cinematográfica para frente.

Talvez tenha razão a julgar pela adesão de pronto de tucanos, como os rapinosos Aécio e Serra, por exemplo.

Outros, aqueles que entendem a política como oportunismo, endossarão igualmente o meliante em nome da honradez.

Ou não é essa – há meses — a especialidade do colunismo isento na sua seletiva campanha anti-corrupção?

A cumplicidade desses comparsas está precificada no metabolismo político brasileiro desde 2005/2006.

Não se espere grandeza de onde impera a mediocridade básica das elites latino-americanas.

Aquela que sonega ao próprio país e ao povo o direito e a competência para se erguer como nação justa e soberana.


O vento implacável da história desnuda em 2015 os novos atores do velho enredo em cartaz em 1932, 1954, 1962, 1964, 1989, 2002, 2005, 2006, 2010 e 2014. MAIS

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