Por Fernando Brito
Um negócio meramente contábil formalizou o afastamento deAndré Esteves do comando do Banco BTG Pactual.
Formalizou, porque desde que foi preso, obvio, porque quem o
exercia, na prática, era o ex-cruzado Persio Arida, que depois se tornou
presidente do Banco Central de FHC e, um pouco mais adiante, sócio de Daniel
Dantas no Opportunity. Na foto, de cabelos brancos, ele está ao lado do hoje
presidiário Esteves.
Ocorre, porém, que o beneficiário das prováveis falcatruas
comandadas por André Esteves beneficiaram o Banco, diretamente, e a ele,
indiretamente, como seu principal acionista. Mas também deram lucros aos demais
sócios, ainda que não se possa provar que soubessem, por enquanto.
A pergunta, óbvia, é se não está atendida a condição para a
intervenção do Banco Central na instituição, estabelecida na lei 6.024/74:
Art . 2º Far-se-á a intervenção quando se verificarem as
seguintes anormalidades nos negócios sociais da instituição:
I – a entidade sofrer prejuízo, decorrente da má
administração, que sujeite a riscos os seus credores;
No noticiário, não há notícia sobre como se fez a
“arrumação” que retirou Esteves da composição societária, nem sobre o destino
de Huw Jenkins, o polêmico sócio e participou do estranho negócio de
compra-venda-compra do banco suíço UBS pelo Banco Pactual. Jenkins era diretordo UBS e virou sócio do Pactual.
Espera-se que a rápida e providencial “troca de papéis” que
foi feita para afastar Esteves da sociedade não corresponda, também, para
promover uma “troca de papéis” que sirva para, tal como se fez com o banqueiro,
“apagar” os negócios escusos que o Banco Tenha feito.
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