Quase R$ 1 milhão de uma “maldita empreiteira”, em um ano,
em troca de “nada”, transferidos para Fernando Henrique Cardoso não dá mais que
uma pequena notinha nas capas dos jornais de hoje.
Não fosse ele o “decano da direita” e não seria demais
imaginar títulos assim:
“Odebrecht pagou mesada por 13 meses a FHC”
“Doação de R$ 975 mil envolve FHC com empreiteira”
“FHC não explica R$ 975 mil da Odebrecht”
Até porque os pagamentos ao Instituto Lula já eram
conhecidos e justificados com a realização de palestras, enquanto os a Fernando
Henrique não tiveram contrapartida.
Não foi a única, sabe-se, mas Fernando Henrique jamais foi
instado a apresentar a lista de suas palestras e seus contratantes, como se
obrigou Lula a fazer.
É obvio que ninguém, por isso, pode dizer que os pagamentos
são saldos dos benefícios que a Odebrecht e outras empresas tiveram com a
privatização de estatais em seu Governo, ou que FHC esteja fazendo “lobby” por
obras das empreiteiras. E não se diga que ele não está no Governo – Lula também
não estava – e que não tinha influência, porque tinha sobre as duas maiores
administrações estaduais do país, a de São Paulo e a de Minas.
O fato é que a hipocrisia nacional não consegue assumir que,
no Brasil, com a até agora legal capacidade de que empresas doassem a partidos
políticos e candidatos, nenhum líder político que pretenda sobreviver iria
deixar de manter estas relações com grandes empresas.
O que, com Lula, é crime não é o mesmo para Fernando
Henrique. Aí, é prestígio e respeito com alguém que saiu escorraçado da
Presidência e faliu por três vezes o país.
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