Vamos
viajar no tempo, lembrar um pouco da Feira de Santana dos anos 80, inclusive
algumas notícias do mês de março de 80, tomando como base o que estava sendo
noticiado pela imprensa:
Feira
tinha cinco grandes hotéis – Palace, Luxor, Samburá, Caroá e Flexa. O Caroá,
surgido no começo dos anos 70 desapareceria nos anos 90 e com ele o famoso “Bar
Sapoti” que todo fim de tarde reunia executivos para um drinque amigo antes do
retorno ao lar.
Muitos
restaurantes disputavam a preferência de visitantes e moradores da cidade.
Desde o Restaurante Tão, na Rua Barão do Rio Branco, com cozinha natural e
alimentação integral, aos famosos “Itália” e “Casa Caiada” com cozinha
italiana.
Entre
as opções no centro comercial, destaque para O Gibão, Veleiro, Espeto de Ouro e
o Boiadeiro. Mais distantes porém disputadíssimos, Safári, no Contorno; A
Cancela, na Estação; Cantinho da Paz, na Coronel José Pinto; e Brisk Beer, na Maria Quitéria.
Para
lembrar os bares, necessário começar com os de pouco luxo, mas de muita fama.
Entre eles, O Boteco, do Sargento Regi; A Catucha, do sorridente Aniceto; A
Coréia, do paciente Edgar; Bar de Lambão da famosa dobradinha, no ABC e a
Farmácia de Cumpadinho, no Beco do Mocó.
Poetas,
escritores, jornalistas e comerciantes curtiam o entardecer no bar de Aniceto e
a turma da velha guarda se escondia sob as escadas do bar de Edgar. Todos eles,
no seu dia de preferência, estavam no Boteco do Regi saboreando a carne de sol
de corte padronizado, feito com a faca amolada no passeio.
Bares
como “A Cancela” e “Casa de Sinhá e Samba” brindando os fregueses com conjuntos de samba. O “Engenho Novo” com
palco e violão para quem quisesse mostrar a voz. Bares para cochichos, como o
de “Tia” no Beco da Coelba.
Dona
Calu com suas infusões, Pingo Bar com seu chopp, Xamego, Karbaça, Bule Bule,
Kalilândia, A Prosinha, O Batidão, são bares que também lembram a cidade no
começo dos anos 80. Alguns já desaparecidos outros resistindo aos novos tempos.
Iris
e Timbira, os dois cinemas da cidade, ambos localizados na Avenida Senhor dos
Passos, estavam sempre lotados. Naquela mês, dia 6, o Timbira brindava os
amantes da sétima arte com o filme “O Alvo de 4 Estrelas”, com Sophia Loren.
No Íris estava em cartaz o filme “Na Boca do
Mundo”, de Antonio Pitanga. No elenco grandes nomes do teatro brasileiro e mais
uma participação especial de Milton Gonçalves.
Nos
pontos de encontros, principalmente nos bares e restaurantes, o frequentadores ficavam sabendo, seja através do rádio, seja através do jornal, o que estava acontecendo nos mais diversos
segmentos das vida feirense;
Na
era educacional, ao mesmo tempo em que se comemorava a inauguração do Grupo
Agrário Melo, no quilometro 14 de Ipuaçu e a Escola Valdemira Alves de Brito, na
Fazenda Matias, chegava a notícia que o prefeito Colbert Martins marcou para
o dia 16 a
entrega da Escola Diva Portela, no Jardim Cruzeiro.
Naquele
mês mais uma vez o Fluminense estava sem comando. O presidente Albérico Novaes
renunciou e o vice Humberto Magalhães sugeriu e conseguiu que toda a diretoria
fizesse o mesmo, alegando que seria melhor para o clube. Eduardo Lacerda,
presidente do Conselho Deliberativo segurou o pepino.
O chefe
do executivo municipal estava cobrando mais eficiência da Embasa (leia-se Governo
do Estado) na recuperação do calçamento das ruas abertas pela empresa que
ampliava a rede de esgotos. Era mais uma guerrinha política, entre Colbert
Martins, prefeito pelo MDB e ACM, governador pela Arena.
Ainda
na política, a formação do novo PTB por
conta da reforma partidária que estava em curso também chegou a esta cidade. Anunciava-se
que José Falcão, Noide Cerqueira, Oscar Marques e outros oriundos do MDB ingressariam no PTB. No fim optaram pelo PDS.
Festa
“Caju de Ouro”, tradicionalmente realizada uma semana antes da micareta, já era
o assunto dominante entre os associados do Clube de Campo Cajueiro. No dia 6 o
presidente Osvaldo Torres anunciou que “Sonha do Uma Noite de Verão” seria o
tema da decoração.
Sobre
a micareta, em que pese ter sido realizada de 19 a 22 de abril, março
começou com o secretário de Turismo Luciano Cunha reunindo a imprensa no
Mercado de Arte (sede da secretaria) para comunicar a abertura das inscrições
para a escolha de rainha e princesas da folia de momo. (Adilson Simas)
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