Por Fernando Brito
O professor Samuel Pessoa, da Fundação Getulio Vargas, pode
ter todos os méritos acadêmicos.
Tem também o direito
de ter atuado como um dos principais assessores econômicos de Aécio Neves, um dos “cabeças” aecistas.
Mas o professor Pessoa há de nos dar o direito de considerar
monstruoso o que ele diz em um debate do Instituto Insper, baluarte do
pensamento conservador.
Mas dizer que “está feliz” com a queda do nível de emprego e
com a redução dos valores dos salários, num país pobre como o Brasil é algo
completamente desumano.
Muito mais em alguém comprometido com o conhecimento, com a
ciência que, quando não se importa com o sofrimento humano, torna-se
abominável.
Reproduzo ao fim do
post a cena deplorável num trecho editado do vídeo, que pode ser conferido aqui, na íntegra, com mais de uma hora de duração.
Por sorte, o economista Luiz Gonzaga Beluzzo, presente ao
debate, não deixou que isso passasse em branco.
Mas é deprimente ver o ponto a que o credo neoliberal,
“mercadista”, é capaz de levar pessoas que têm toda a capacidade de compreender
o que venham a ser humanidade ou, pelo menos, compaixão com os que sofrem.
Modestamente, lembro ao professor que Economia é uma ciência
humana e, portanto, não um fenômeno natural, previamente determinado.
É bom que todos, porém, vejam o que a adoração do bezerro de
ouro do mercado é capaz de fazer até com uma mente preparada e com todas as
condições de não se tornar cínica.
O pior é que o Professor Pessoa tem consciência do mal.
E fica feliz com ele.
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