Por Fernando Brito
Muitos devem ter visto ontem a menina Sophie Cruz, que
entregou ao Papa Francisco uma carta
sobre a situação dos imigrantes nos EUA.
Viram como o Papa a chamou, depois que ela venceu a grade
que separava a multidão da pista por onde ele desfilava em carro aberto.
Devem ter lido, mas fui buscar o vídeo da Univision onde ela
repete, bem decorado, o texto de sua carta.
Decorado, sim, mas muito bem esperta a menina, como se pode
ver na matéria completa da repórter Maria Antonieta Collins, daquela emissora
(o vídeo da entrevista de Sophie, aqui, já no ponto)
Já ouvi alguns imbecis dizendo que a garota apenas repete o
que escreveram para ela, os mesmo imbecis que acham o máximo que os figurões
leiam no teleprompter seus textos escritos por marqueteiros.
Garanto que iam achar “bonitinho” se Sophie cantasse do
início ao fim uma música em inglês e imitasse alguma apresentadora de
televisão.
Que repita, porque é verdade e é uma dura verdade que todos
os que discriminam imigrantes deveriam ouvir.
Sophie tem razões para ter medo que deportem seus pais, que
vivem e trabalham há dez anos nos EUA, como milhões de “chicanos”, forma
depreciativa com que chamam aos mexicanos e, por extensão, aos latinos de pele
morena que vão ajudar a fazer a riqueza americana.
Repita, Sophie, repita, repita até que o que você diz seja
ouvido pela gente de coração frio.
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