Por Janio de Freitas, na Folha
É um enfrentamento educativo. As agressões verbais que o
ministro Gilmar Mendes tem dirigido à OAB, com auge no julgamento das doações
empresarias nas eleições, chamam atenção para mais do que o resultado que veio
limitar a pessoas as contribuições financeiras para campanhas.
Na história decorrida desde o golpe de 1964, o crédito
democrático e republicano da OAB é muitas vezes superior ao do Supremo Tribunal
Federal. A OAB foi uma entidade à frente da luta cívica contra a ditadura e
seus crimes. O STF foi uma instituição a serviço da ditadura, com raríssimos e
momentâneos gestos –pessoais– de grandeza moral e jurídica.
Gilmar Mendes acusou a OAB de se pôr a serviço do PT, com a
ação contra as doações eleitorais de empresas para assim asfixiar a alternância
no poder presidencial. Acione ou não Gilmar Mendes, como considera, a OAB já
foi, em nota, ao ponto essencial: a ação da advocacia que representa “não será
sequer tisnada pela ação de um magistrado que não se fez digno de seu ofício”.
Ao fim de um ano e cinco meses em que reteve a continuação
do julgamento, Gilmar Mendes apresentou por mais de quatro horas o que chamou
de seu voto, mas não foi. Foi uma diatribe política, partidária, repleta de
inverdades deliberadas que um ministro do Supremo não tem o direito de cometer. CONTINUE LENDO
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