Por Paulo Nogueira, no blog Diário do Centro do Mundo:
E se Aécio fosse o presidente?
É uma pergunta boa para estes tempos. Muitos a têm
formulado, e as respostas em geral são estapafúrdias.
Delfim Netto, por exemplo, disse que Aécio teria tomado as
providências certas para conter a crise.
Mas um momento: quais são as providências certas?
Aécio prometeu antes da campanha, num ambiente de
plutocratas, “medidas impopulares”.
Depois, num estelionato que só não se concretizou porque ele
perdeu, negou as “medidas impopulares”.
Mas é evidente que ele iria tomá-las. Basicamente, cortes em
programas sociais.
Aécio é comprometido demais com a plutocracia para fazer
qualquer coisa que fira seus interesses.
Teríamos, na especulação de um Aécio presidente, as “medidas
impopulares” que privadamente ele defendeu e publicamente renegou.
Mas ele não seria acusado de estelionato.
E eis um ponto vital para compreender o que seria a presidência
de Aécio: a mídia iria mudar completamente de atitude.
A crise seria mundial. Jornais e revistas mostrariam a China
apanhando, os Estados Unidos apanhando, a Alemanha apanhando – todo mundo enfim
apanhando.
Um baixo crescimento em 2016 seria tratado como um feito.
Quem conhece o mínimo do trabalho numa redação sabe como é
fácil substituir a vaia pelo aplauso em circunstâncias iguais.
Aécio reproduziria, em escala nacional, o que fez em escala
regional nos seus anos de governador de Minas.
Encheria de anúncios a mídia amiga, numa retribuição aos
carinhos recebidos. E asfixiaria a imprensa independente. CONTINUE LENDO
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