sábado, 26 de setembro de 2015

COMO O MINISTRO CARDOZO (NÃO) AGIU NO GOLPE DO TCM CONTRA ERUNDINA

Luis Nassif

Na sua gestão de prefeita de São Paulo, Luiza Erundina foi alvo de uma tentativa de golpe perpetrada pelo Tribunal de Contas do Município (TCM). Em tudo igual ao jogo das pedaladas.
O TCM acusou Erundina de supostas irregularidades que, na verdade, eram práticas adotadas por todos os prefeitos que a antecederam. A prefeita recorreu então ao seu Secretário mais habilitado para o tema, o jovem e brilhante advogado José Eduardo Cardozo.
Cardozo passou dias elocubrando teses jurídicas a dez por hora, enquanto a conspiração marchava a mil por hora. Foi quando a fiel assessora de Erundina, Muna Zein, rodou a baiana.
Convocou uma manifestação na Câmara Municipal em reação contra o golpe. Cardozo reagiu, julgando que a manifestação iria piorar a posição de Erundina no TCM, como se o Tribunal fosse composto por notáveis homens públicos, puros e isentos.
Lembro-me até hoje. Pilotava o programa Dinheiro Vivo, na TV Gazeta, voltado exclusivamente para o mundo empresarial. Lá mesmo ecoei a indignação contra o golpe do TCM.
No dia seguinte, a convocação de Mona tinha atraído à Câmara 5 mil pessoas incluindo o presidente da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo, Mário Amato.
Encontrei-me com ele por aqueles dias e perguntei a razão do gesto. E ele:
-- Como vamos permitir, em plena redemocratização uma baixaria dessa contra a nossa prefeita.

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