Janio de Freitas
Os ministérios que serão desfeitos foram criados para
atender aos partidos. Foram peças de resgate no chantagismo de cargos e verbas
por apoio que tem caracterizado as relações entre bancadas parlamentares e os
governos, desde Collor e com intervalo só no de Itamar. Logo, a redução do
número de ministérios, além de não assegurar, por si só, a "melhor gestão"
invocada, tem efeito primordialmente político. Sob a forma de novos atritos.
É mesmo porque meia dúzia de petistas o atacam pelas costas
que o vice Michel Temer se afasta da intermediação de governo e Congresso?
Com Dilma, a chantagem chegou ao paroxismo. No passado houve
casos escabrosos, como a nomeação de Renan Calheiros para ministro da Justiça
(!) do governo Fernando Henrique, no toma lá/dá cá com o PMDB. Ou, para o mesmo
cargo e pelo mesmo motivo, a do primário Iris Resende. Mas Dilma aceitou, desde
o início, a redução das relações, com partidos e parlamentares, às exigências
surgidas em um Congresso de baixo nível ético, cultural e político.
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