Por Fernando Brito
“A OAB não tem muita credibilidade há muito
tempo. As minhas críticas à OAB são constantes”, disse. “A OAB é um cartel, é
um cartel de uma eleição indireta, de uma série de poder feito com movimento de
milhões sem fiscalização. Então, a OAB tem que ser questionada em muitos pontos
dela, a OAB precisa ser mais transparente”.
Os conceitos aí de cima são de
Eduardo Cunha, o tolerado, em resposta ao fato de a OAB ter encomendado ao
Datafolha a pesquisa de opinião pública sobre financiamento privado empresarial
às campanhas eleitorais, do qual tratei no post anterior.
Aí
está no que deu a entidade dos
advogados ter se deixado levar por um
relativismo moral que deixou as regras do Estado de Direito serem violadas
grosseiramente por razões políticas e midiáticas.
Qualquer desclassificado moral,
como Eduardo Cunha, sente-se no direito de esbofeteá-la.
Afinal, respeito à legalidade e à
normalidade dos processos jurídicos não foram deixados como coisas menores,
tantas vezes?
O cinismo de Cunha, ao dizer que
não se perguntou à população se concorda em que se tire “o dinheiro que pode ir
para a saúde, para a educação, ir para campanha política” nunca foi contestado
com coragem de dizer que o dinheiro empresarial que vai para as campanhas
políticas não vai – e poderia ir – “para a saúde, para a educação” porque as
empresas sonegam ou evitam impostos e ainda choram pela “maldita” carga
tributária, que lhes dói enquanto, de fato, machuca os pobres.
A OAB vai aceitar ser tratada desta forma ou vai se
insurgir contra o déspota que contola nosso parlamento?
Ou será que a última fortaleza do
Direito, depois de abrir suas portas para tantos atropelos, tem forças para
resistir ao seu próprio atropelamento?
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