Por Aldo Fornazieri
O chumbo que saiu de novas
delações premiadas da Lava Jato e que atingiu o deputado Eduardo Cunha em seu
vôo desenvolto e agressivo configurou um novo estágio da crise política. Esse
estágio aumentou o grau de incerteza acerca do desdobramento da crise e obriga
os vários atores do jogo político a se reposicionarem. De imediato, a denúncias
que atingiram Cunha são fortes e contundentes o suficiente para que a
consciência democrática exija seu imediato afastamento da presidência da
Câmara. Em países em que se pratica uma democracia descente, Cunha não só
deveria se afastar da presidência da Câmara, mas também renunciar ao seu
mandato. Se Cunha não se afastar pela pressão democrática, deveria ser afastado
pela justiça, pois demonstrou o quanto ele é perigoso, na medida em que,
segundo informações da imprensa, ele ameaça testemunhas direta ou
indiretamente. A democracia e a legalidade não podem tolerar tal conduta.
O chumbo que atingiu Cunha
o tornou ainda mais perigoso. Ao desengavetar CPIs e dar provimento a pedidos
de impeachment, revela-se o risco em que consiste em colocar uma pessoa
irresponsável no comando de uma das instituições mais importantes da República.
Ao querer fugir de responder pelos seus atos e pelas denúncias que o atingem,
Cunha mostra que não tem limites e que está disposto até mesmo a mergulhar o
país numa crise institucional por interesse próprio. MAIS
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