Por Fernando Brito
O cineasta Jorge Furtado, uma grande cabeça que pratica o
“defeito intelectual” de filmar e falar para ser entendido, publicou ontem um
ótimo artigo no blog da Casa de Cinema de Porto Alegre que é a encarnação da
frase famosa de Alphonse Karr, editor do Le Figaro na Paris do século 19: plus ça change, plus c’est la même chose
(quanto mais as coisas mudam, mais elas permanecem as mesmas).
Furtado mata um pouco da frustração de vermos, neste
momento, boa parte da intelectualidade e dos produtores de cultura artísticas
estarem mudos diante da ofensiva neoconservadora, em si uma inimiga da criação,
da fertilidade do pensamento e da vocação humanista do artista.
O pensamento humano é uma peça em contínua evolução e tudo
que nos leva ou ameaça levar à selvageria é inimigo da inteligência.
E a inteligência que não defende o povo da qual se forma, o
país no qual viceja, não é luz, é treva.
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