Por Cynara Menezes
(Há exatos dois anos, no dia 8 de julho de 2013, o Brasil
foi tomado por uma onda de ira corporativista contra um projeto que visava
ampliar a oferta de médicos especializados em saúde da família no País. Naquele
dia, o governo baixou a MP (Medida Provisória) criando o programa Mais Médicos,
que previa a importação de médicos de diversos países, inclusive cubanos. O CFM
(Conselho Federal de Medicina) e a oposição ao governo tentaram, de todas as
formas, impedir que os estrangeiros viessem suprir a carência de profissionais
em áreas rejeitadas pelos médicos brasileiros.
Médicos cubanos chegaram a ser vaiados e insultados por
colegas em sua chegada no aeroporto de Fortaleza (CE), em uma atitude que
surpreendeu os dirigentes da OPAS (Organização Pan-Americana de Saúde),
parceira do governo federal no programa. “Nunca pensei que fosse chegar a este extremo
de preconceito e até racismo, que fossem dizer que as médicas cubanas pareciam
empregadas domésticas, que os médicos negros deveriam voltar para a África ou
que eram guerrilheiros disfarçados”, lamenta o representante da OPAS/OMS no
Brasil, Joaquín Molina.
(O médico Juan Delgado é agredido por colegas em sua chegada; à direita, Dilma pede desculpas oficiais em nome do governo)
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