Por Fernando Brito
Um dos melhores e mais argutos olhares sobre a mídia, o de
Luciano Martins Costa, aponta hoje, em seu programa no Observatório da Imprensa,
um efeito evidente – mas pouco ou nada comentado – da cobertura dada à prisão de dirigentes de
empresas na “Lava Jato”: a execração pública que leva à condenação prévia dos
acusados.
Luciano mostra a mecânica ditatorial que funciona neste
processo, ampliando – até o avassalamento, muitas vezes – o poder
discricionário dos “agentes da lei” e de um juiz.
Errada, certa, fundada ou não, as razões acusadoras se
tornam uma verdade absoluta, à qual negar se torna, na prática, uma heresia.
Um “espírito da Bastilha” ao revés: em lugar da revolução, a
restauração dos velhos poderes políticos.
Antes do trecho que reproduzo (a íntegra está aqui) , ele
propõe um raciocínio simples:” (…) alguém tem dúvida de que, se o empresário
Marcelo Odebrec
ht estivesse sendo investigado por obras no metrô de São Paulo,
ele estaria respondendo a um eventual processo em liberdade?”
A única ditadura que ameaça – ou mais que isso, se implanta,
agora – o Brasil é a da mídia.
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