Na França, desperdiçar alimentos tornou-se um crime. Supermercados e distribuidores não mais poderão destruir seus estoques com data vencida ou prestes a vencer. Serão obrigados a doá-los. Novas leis fazem eco às palavras recentes do Papa Francisco: “A cultura do desperdício alimentar é como roubar dos pobres”.
3 DE JUNHO DE 2015 ÀS 16:17
Por Luis Pellegrini
Agora é oficial: a Assembleia Nacional da França aprovou por
unanimidade, a 21 de maio último, medidas legais contra o desperdício de
alimentos. As leis, num primeiro momento, serão aplicadas contra os
supermercados, armazéns e entrepostos
habituados até agora a destruir e jogar fora toneladas de alimentos cuja data
de validade venceu ou está perto de vencer. Como em outros países, na França os
grandes atacadistas e varejistas de alimentos preferem amontoar tudo e, antes
de atirar nos caminhões de lixo, jogar litros de água sanitária por cima, de
modo a impossibilitar qualquer tipo de consumo ou reciclagem.
Mas a partir de agora está proibido aos distribuidores do
setor alimentício inutilizar os seus produtos que não foram vendidos. As
punições são severas – multas elevadas e pena de prisão de até dois anos para
gerentes e diretores rebeldes - e podem chegar à perda de licença do
estabelecimento no caso de reincidências. “Ver galões de água sanitária sendo
jogados nos latões de lixo dos supermercados, quase sempre cheios de produtos
que ainda podem ser consumidos sem riscos, ou que pelo menos podem ser
reciclados e se tornar adubo ou comida para animais, é um escândalo
intolerável”, disse Guillaume Garot, ex-ministro da Agroalimentação, e uma das
vozes importantes que levaram à promulgação das novas leis. A decisão é
exemplar, e deverá fazer escola nos países da Comunidade Europeia. Antes de se
espalhar – assim se espera – pelo resto do mundo.
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