Por Fernando
Brito
Não importa que
tenha sido restrito aos bairros de elite e resultado de uma ação combinada
pelas organizações de direita que se aninham nas redes sociais.
O “panelaço” das
varandas não vai sair da cena política.
Veio para ficar,
como o “Tea Party” não desapareceu nos EUA, como os partidos de extrema-direita
ressuscitaram do pré- 2a. Guerra e da Guerra Fria na Europa, como acontece no
Leste Europeu com partidos de inspiração – evidentemente negada, e nem sempre –
nazista.
Claro que a
insanidade e o ódio da mídia criaram a incubadora deste ovo da serpente.
Não cabe mais a
fantasia de que um discurso de “inclusão” – em si correto – pôde se diluir naquela história de “um país
de todos”.
Claro que este é
o desejável, mas não é o real.
O Brasil não é
um país das maiorias porque segue sendo uma capitania de poucos.
O PT conseguiu
muito com esta “aceitação das regras do jogo”, jogo viciado, é inegável para
qualquer um que veja os indicadores sociais do país.
Mas que cobraram
seu preço.
Regras que, ao
não serem contestadas e receberem o “aceite” acabaram transformando seus
quadros em políticos “amaciados” à sua prática.
As decisões
polêmicas das quais se fugiu foram trazidas a ordem do dia agora, que mais
fraco ele se encontra.
E contra ele.
Mas o PT e o
Governo do PT continuam sonhando em “(re)conquistar aclasse média”.
Mas isso depende
de um cenário de afluência econômica que não está no radar de ninguém.
Muito menos a
elite, que se beneficiou durante todos estes anos,sente que pode destruí-lo.
Parte da classe
média, que a ele deve a ascensão ,
comporta-se como o filho pródigo, que a si atribui todo o mérito e
sucesso.
O PT vai ter de
se acostumar à ideia de que será hostilizado pela direita, ainda que
irracionalmente, porque jamais recusou-se a enfrenta-la aberta e decididamente.
Já não pode ser
“a esquerda que a direita gosta”, lembrando a frase de Darcy Ribeiro.
A direita saiu
do gueto e já pode ter seus amores
próprios e transtornados.
Mas o povão
passou a se sentir órfão, porque seu amor agora, só faz acenos a outros.
Em quase seis
meses, entre as medidas de arrocho – certamente necessárias – não há uma que
pese sobre a elite financeira.
É preciso ter a
clareza de ver que um governo de coalizão, no qual se tem de ceder – e hoje, de
ceder muito – não se confunde com ter uma identidade política que o transcenda.
Identidade cujo
nome é Luís Inácio Lula da Silva.
É contra ele que
se batem panelas.
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