Por Luis Nassif
Doutrinariamente, a imprensa é vista como o instrumento de
defesa da sociedade contra os esbirros do poder, seja ele o Executivo, outro
poder institucional ou econômico.
Não se exija dos grupos de mídia a isenção. Desde os
primórdios da democracia são grupos empresariais com interesses próprios, com
posições políticas nítidas, explícitas ou sub-reptícias
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Tome-se o caso brasileiro. É óbvio que os grupos de mídia
têm lado. Denunciam o lado contrário e poupam os aliados.
Doutrinariamente, procuradores entendem que qualquer
denúncia da imprensa deve virar uma representação. Mas só consideram imprensa o
que sai na velha mídia. Doutrinariamente, o CNJ (Conselho Nacional de Justiça)
criou um grupo para impedir o uso de ações judiciais para calar a mídia. Mas só
consideram jornalismo a velha mídia.
Cria-se, então, um amplo território de impunidade para
aqueles personagens que se aliam aos interesses da velha mídia. E aí entra o
papel da nova mídia, blogs e sites, fazendo o contraponto e estendendo a
fiscalização àqueles que são blindados pela velha mídia.
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No entanto, sem o respaldo do Judiciário, sem a estrutura
econômica dos grupos de mídia, blogs e sites independentes têm sido sufocados
por uma avalanche de ações visando calá-los. E grande parte delas sendo oriunda
da mesma velha mídia.
Quando a velha mídia se vale dessas armas contra
adversários, não entra na mira do CNJ.
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