Por Fernando Brito
Eduardo Cunha é, hoje, o mais irritado com a atribuição a
Michel Temer do papel de articulador político do Governo junto ao Congresso.
Mais, até, que seus “caronas” do PSDB e do DEM, que sentiram
a possibilidade de que, mesmo à sombra de Cunha, possam impor mais dificuldades
ao Governo.
Temer disputará, com tempo e caneta, a fonte de poder de
Eduardo Cunha: o baixo clero que é quase todo, hoje, o PMDB.
Cunha não esperou nem 24 horas para fazer mais uma de suas
costumeiras provocações.
Pediu a seu homem de confiança, Leonardo Picciani, que
desencavasse um papelucho que apresentou na forma de emenda constitucional
onde, em menos de uma página, propõe a tal “reforma administrativa” de redução
do número de Ministérios para 20.
Se você clicar aqui vai ver a “profundidade” com que o tema
é tratado.
É uma destas bobagens que certo tipo de deputado – Cunha,
por exemplo – apresenta para fazer “birra”.
Até porque é uma bobagem. O Brasil, afinal, tem 24
ministérios, embora tenha 14 secretários e ocupantes de instituições da
República com “status” de Ministro, porque é assim que está na Lei, aprovada
pelo Congresso, n° 12.462/2011, que reformou outra, de 2003, onde define o
status de Ministro de Estado para os ocupantes das Secretarias da Presidência,
Advocacia e Controladoria da União, Banco Central, Segurança Institucional
(antiga casa Militar) e Casa Civil. Ou seja, não são Ministérios,
juridicamente, mas órgãos da estrutura da Presidência, exceto o Banco Central,
que goza de status próprio.
Aliás, as próprias estruturas que os Secretários possuem –
pequenas – e os cargos de seus gabinetes foram desmembrados e transformados de
outros, sem aumento de despesas.
Ou seja, não se altera o número de Ministérios,
praticamente, porque estes, legalmente, são 24 e não 39 ou 38, como se fala.
Claro que Eduardo Cunha está cansado de saber disso.
A escaramuça foi só para provocar Michel Temer e ver se ele
caía na esparrela de começar em suas funções encampando uma “briga” antipática
à opinião pública.
Só se o Temer fosse bobo, o que certamente não é um de seus
defeitos.
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