Depois de 20 dias do escândalo do HSBC
suíço estourar no mundo, na edição de sábado (28) do Jornal Nacional rompeu discretamente
o silêncio sobre o assunto pela segunda vez e o apresentador substituto William
Waack leu uma notinha sobre o caso HSBC, de apenas 68 palavras (nenhuma delas
era "sonegação").
Waack estava com cara de quem lia uma
nota fúnebre, em rápidos 29 segundos, sem uso de imagens, nem infográficos
explicativos, nem entrevistas, nada. Apenas o locutor lendo burocraticamente a
nota para não chamar atenção.
A nota do Jornal Nacional disse apenas:
A Polícia Federal vai investigar as
contas de brasileiros do HSBC na Suíça.
As irregularidades foram denunciadas pelo
Consórcio Internacional de Jornalistas Investigativos de 45 países. O HSBC
teria ajudado clientes a esconder bilhões de dólares no país entre 2006 e 2007.
A Polícia Federal quer saber se houve remessa ilegal de dinheiro.
O ministro da Justiça, Eduardo Cardozo,
disse que há indícios para abertura imediata de inquérito.
Nada de falar que o dinheiro escondido é
em grande parte para sonegar impostos.
Nada de falar que a Receita Federal
também investiga o caso, justamente para autuar grandes sonegadores, a exemplo
do caso em que a própria TV Globo foi autuada por sonegar Imposto de Renda na
compra dos direitos de transmissão da Copa 2002 da Fifa através de operações
financeiras em paraísos fiscais.
E nada de falar na CPI da sonegação do
HSBC já instalada no Senado na sexta-feira.
Que jornalismo mais sem-vergonha esse,
que varre notícias para debaixo do tapete, quando afetam os interesses dos
donos da emissora ou de seus anunciantes.
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