quarta-feira, 4 de fevereiro de 2015

A DIVISÃO MUDOU, MAS NÃO ACABOU

Por Geraldo dos Santos Pedro

Pensar no fim do Lulismo e do FHCismo nestes termos é como pensar no fim do debate entre esquerda e direita; entre o pensamento liberal - neoliberal - e o socialista; entre progressistas e conservadores.

Enfim, penso que seja um grande equívoco, já que, dificilmente, desde o ápice da ditadura nos anos sessenta - precisamente o momento em que foi decretado o AI-5 - houve momento mais polarizado do que este que vivemos.

As últimas eleições não me deixam mentir. A pauta da Bienal da Une reflete tão somente uma qualificação maior do debate político no âmbito da esquerda.

De fato, o discurso marxista, e depois dele, o discurso marxista gramsciliano, que encantaram gerações no passado, tiveram que se aprimorar incluindo aspectos pelos quais Marx e Gramsci não dão conta: negros, gays, religiões, etc. Aquilo a que alguns sites de direita chamam de esquerda gayzista, atéia, bolivariana, maconheira, lulista petralha, negra, comunista leninistra trotskista do fórum de São Paulo.

É possível dizer que diante de uma certa fragmentação dos discursos, consequência direta dessa melhor qualificação, não há um líder que represente essa esquerda hoje.

Isso é fato. Mas não se pode dizer, contudo, que essa liderança não possa mais surgir. Eu aposto as minhas fichas no Haddad.  

No âmbito conservador não se pode negar que Aécio Neves ocupa a posição de líder. Sim, ele incorpora toda a pauta neoliberal e reacionária, inclusive com grande lastro fascista. É um anão, frente a FHC. Não agrega em torno de sua figura débil de playboy, fanfarrão, mas incorpora todo o discurso da direita que apostou suas fichas contra essa esquerda, materializada em Dilma e na distribuição de rendas que tanto ódio gerou nesses segmentos conservadores. 

O Congresso de Eduardo Cunha, Renan Calheiros e Jair Bolsonaro, reflete majoritariamente uma vitória temporária do conservadorismo - que não espelhou vitórias em candidaturas majoritárias, diga-se de passagem, - tem também em Jean Wyllys, um representante dessa esquerda gayzista, atéia, bolivariana, maconheira, lulista, petralha, negra, comunista, leninistra, trotskista, do fórum de São Paulo.

Temos que reconhecer.

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